Um novo Natal?

   


       Há alguns dias, comemoramos o Natal. Um dia recheado de esperanças e solidariedade. Parentes que nunca se viram tornam-se irmãos, crianças que nunca tiveram um pai são preenchidas com a visita de um Bom Velhinho, que sublima toda a tristeza e o rancor de suas almas.
      Mas não é somente sobre isso que venho a relatar nesse escrito. Venho falar sobre as festas de fim de ano, onde renovamos nossas vidas, nos entregamos para um fantástico mundo novo e relembramos um passado glorioso repleto de mistérios e ensinamentos.
      Nesse novo ano, assim como todos os habitantes desse planeta, farei promessas, pretendo ir a praia e pular ondinhas (apesar de saber que tudo isso não passa de uma ilusão e que passarei mais um ano assistindo o Show da Virada, da Rede Globo!). Além de tudo isso, sei que 2012 será um ano diferente para mim. Não, eu realmente não acho que essa mudança se reflete no fim do mundo propagandeado pelos meios de comunicação e por Hollywood. A diferença a qual mencionei se reflete em uma elevação pessoal. Sinto que esse novo ano se mostrará recheado de comprometimento e força de vontade. Prevejo mudanças para minha vida, além da realização de um sonho antigo. Para mim, não são só as auras natalina e de revéillon que me fazem prever grandes mudanças, mas sim um sentimento latente que cultivo a muitos anos. Um sentimento que se revelou após todo esse tempo.
      Assim como eu, seu fiel escritor sentimentalóide, todos vocês apresentam esse sentimento de mudança. Fazem, como já disse, promessas que pretende dar um giro nas suas vidas. Porém, muitos fazem de conta que nada aconteceu, se esquecem de tudo na virada do ano e acabam por voltar para uma rotina enfadonha e desgastante. Por isso, assim como as boas revistas naturebas e conselheiras, tecerei algumas dicas maravilhosamente numeradas, para que vocês revertam essa situação:


  1. Sempre tenha consigo uma lista com todos os seus sonhos. Ter um canal de Tv, comer a Juliana Paes (ou José Mayer, se preferirem), ser presidente dos E.U.A ou da Guiné-Bissau valem e devem ser lembrados em suas listas.
  2. Tente cumprir pelo menos uma das suas promessas. Perca peso, pare de fumar, mude de emprego, entre numa escolinha de futebol para enfim tentar ser que nem o Kaká. Somente tirando a bunda da poltrona, você conseguirá diminuir sua lista de 2013.
  3.  Contemple o seu redor. Apenas assim, perceberá como anda o mundo a sua volta, formulará soluções para os problemas e agradecerá pelas boas ações. Não adianta mandar 5 reais para o Criança Esperança e fechar a janela para um menino de rua.
  4. Transforme seu Natal - agora só o do próximo ano - num momento de solidariedade. Não fique somente dizendo que a festa é chata por ser recheada de hipocrisia. Ajude uma criança, reverta seus presentes em doações, dê uma dentadura a um velho (desculpe, idoso), numa clara demonstração de que há caridade em seu coração.


      Por tudo isso, caro leitor, veja que essas datas servem somente para você medir o que pesa mais em sua vida. É um leve colocar e retirar pesos de uma balança prestes a pender para um dos lados. É a renovação de tudo o que pensamos e queremos para nossas vidas.

QUE VENHA MAIS UM NOVO NATAL!

Elísio para sempre

   


        Um grande teórico revelou, uma vez, que o valor da vida só é dado quando esta se extingue. Por isso, ele aconselha que vivamos prazerosamente todos os minutos da nossa vida. Lembrando um Carpe Diem moderno, ressalta a boa vivência, o viver finito e o êxtase contínuo.
         Passo a acreditar veementemente nessa opinião sincera e honesta. Não digo isso somente pela afeição pessoal ou pela compilação sucessiva de conhecimento. Digo isso, simplesmente por conta de um exemplo na vida real. Um homem que, para mim, superou os seus limites e atingiu grandes objetivos: O Tenente Coronel Elísio Silva Lapa.
      Amante do exército brasileiro, esse grande homem estudou em colégios militares desde criança. Participou da Segunda Grande Guerra patrulhando as águas brasileiras em cima de um encouraçado. Guardou desses tempos os hábitos simples na hora das refeições, o inglês rudimentar resumido na frase " Give me the toothpick, please" (em tradução livre, passe o palito de dentes, por favor), um autoritarismo particular e um individualismo constante. Aliais, guardou também uma pequena e sábia mulher no coração: Senhora Isabel Tourinho Lapa (ou, para os íntimos, Dona Bela).
      Com esse amor de pessoa, viveu durante 65 anos (isso somente contando o casamento). Juntos, criaram 6 filhos, os quais lhes deram 10 netos. Além deles, ainda viveu para ver seus 2 bisnetos. Uma família nem grande, nem pequena que uniu-se em torno desse patriarca para ouvir seus feitos e "causos". Histórias e estórias que nos fez, através do humor, refletir sobre um passado distante ou próximo, onde o sertão baiano e suas fazendas servem de plano de fundo.
         Esse Capricorniano, filho de Pã - protetor dos rebanhos e pastores - está simbolicamente associado à subida da vida lenta e infatigável em direção aos picos da realização espiritual. A subida ao topo da montanha. É lento, paciente e prudente nesta subida, expulsando as forças cegas, as forças profundas e prisioneiras da alma que o impede de atingir a Perfeição, o ápice.
         Paz para todo o sempre, vô!



ATÉ LOGO...


* A foto publicada nesse texto ressalta a beleza jovial desse mestre

Brasil: Um caldeirão

  

      Nos meus tempos de criança, o jogo de panelas deixados pela minha vó ao ar livre me faz lembrar de almoços estonteantes e deliciosos. Ela, em dias especiais, pegava sua melhor prataria, seus melhores pratos e seu fiel escudeiro: o caldeirão. Era nele que misturava todos os ingredientes da sua famosa moqueca e seu amado caruru (porém como todo enjoado, preferia ficar na base do camarão e do arroz). É com essa imagem infantil, que comentarei um fato que me chamou atenção há algumas semanas. Um certo representante dos países nórdicos afirmou que vivemos num mar de lama por conta da nossa mistura racial. De acordo com ele, nascemos para o fracasso por não termos uma "raça homogênea".
      Será esse o problema do Brasil? Finalmente alguém achou o ingrediente secreto do nosso vatapá? A resposta é simples: NÃO! Um não envergonhado e enraivecido. Um não que merece ser divulgado e estampado.
      Nascemos em um país, que desde os seus primórdios, sobrevive a base de uma mistura étnica onde nosso sangue tupiniquim é juntado com membros lusitanos, traços negros e detalhes asiáticos. Um caldeirão fervente recheado de ingredientes variados que resultaram nessa fantástica espécime: o brasileiro. Ser humano indomável, corajoso, sofredor e inocente. Inocente sim, pois viveu - em mais de 500 anos de história - menos de 50 anos em um regime democrático de governo. Fato esse, que causa o nosso chamado "subdesenvolvimento" e nos prende nesse mar de lama. Mas isso já é assunto para outro dia.
      Devemos curtir nossa pluralidade. Curtir essa "Casa Brasileira" recheada de bugigangas, tambores, cultos, panelas de barro, pés-de-moleque, feijoada, amores e belezas.

Iniciando uma nova fase



        Será possível recomeçar algo que você nunca tinha feito antes?? A ideia de criar um blog sempre esteve matutando em minha mente. Tive a oportunidade de iniciá-lo a alguns meses atrás e o fiz. Postei uma única mensagem que acabou desaguando nessa teia infinita da rede mundial de computadores. Uma experiência entre tantas que começo e nunca termino.
        Mudei e relutei muito a ideia de transparecer palavras e pensamentos - muitas vezes sem nenhum sentido. Culpei o tempo, a necessidade de aproveitá-lo de modo mais satisfatório, a vocação pessoal de esconder boa parte das coisa que penso e sinto (uma curiosa discrição digna da realeza inglesa).
        Acabei por modificar tudo o que já realizei até esse momento. Fiz viagens para os quatro cantos desse Brasil e percebi que mudanças precisavam ser feitas. Precisei de um isolamento quase monástico em uma fazenda no interior de Minas Gerais para enfim receber uma "iluminação" (nenhuma relação religiosa nesse aspecto) e passar a ouvir meus próprios pensamentos, revê-los, comentá-los, melhorá-los e entendê-los em sua forma mais bela e tênue. Terminei com um desabafo pessoal que somado a comentários, leituras da vida ou qualquer coisa que sair desse cérebro humanoide virão a ser uma constante nesse blog.

Ars est celare artem